Ciência e Conspiração: a Gripe Suína

Tratada inicialmente com o pânico de uma “nova peste”, a gripe suína é protagonista de informações fantasiosas difundidas a granel.

Desde o início, o surto de “gripe suína” (Influenza A/H1N1), foi mergulhado em ares conspiratórios, e a fecundidade de algumas mentes encontrou nas mídias alternativas solo fértil para montar uma verdadeira quitanda com frutos da imaginação popular. A corrente desinformação/contra-informação gerada foi, em parte, causa do receio em procurar pela vacina, a despeito da massiva campanha em prol da vacinação, amparada por laudos científicos garantindo a segurança e eficácia do produto.

O Brasil tem, em sua memória, uma revolta popular exclusiva contra uma campanha de “vacinação”. Foi em 1904, no Rio de Janeiro, quando o governo instituiu a vacinação obrigatória contra a varíola, convencido pelo sanitarista Oswaldo Cruz. A falta de informação foi a força motriz que desaguou no caos social. A vacinação foi levada adiante, sob protestos populares, e a varíola erradicada. O excesso de informação de hoje parece causar o mesmo efeito.

A vacina contra a Influenza A (H1N1)
A única contra-indicação para tomar a vacina é para pessoas alérgicas a ovo, segundo o Ministério da Saúde, que adquiriu 113 milhões de doses para administração em diferentes etapas da campanha. Um investimento de mais de R$ 1,3 bilhão. O objetivo da vacinação no Brasil é proteger os grupos de maior risco de desenvolver a doença grave, em uma segunda onda da doença.

Esses grupos, listados pelo Ministério da Saúde, são: a população indígena que vive em aldeias; as gestantes; pessoas portadoras de doenças crônicas; crianças entre seis meses e dois anos de idade e, finalmente, a população de 20 a 39 anos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde), sugeriu a vacinação apenas dos grupos de risco, mas o Brasil, assim como Canadá e Estados Unidos, estendeu a vacinação para grupos saudáveis, na busca por imunizar um grupo maior de pessoas. A vacinação se iniciou em 8 de março, e segue até 21 de maio de 2010 (vide tabela).

Laboratórios respeitáveis atestam que a vacina é segura, embora, como uma droga, provoque, eventualmente, efeitos colaterais. Esses documentos são mais confiáveis do que correntes de e-mails que nadam no mar da desinformação. Mais informações em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/default.cfm# 

Texto publicado na revista Outdoor Regional de 26/04/2010

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