Para Platão, o belo é o bem, a
verdade, a perfeição, existindo no mundo das ideias e
independentemente do julgamento do homem sobre o que é ou deixa de
ser belo. O mundo sensível, para Platão, é o resultado das
imitações de um ideal concebido no mundo das ideias. Três são as
hierarquias que miram essa dimensão ideal: O Demiurgo, que compôs o
mundo imitando as formas verdadeiras e as formas imutáveis, o
Legislador, e o artista. Este último, quando falha em seu
conhecimento da realidade última, produz uma falsa imitação das
ideias, gerando a fantastika. Quando guiado pela visão da educação
que o filósofo possui, produz a eikastika, a imitação verdadeira
do mundo das ideias.
Diferentemente de Platão, Aristóteles
concebe o belo como algo inerente ao homem, em uma clara oposição
ao pensamento platônico: como pode a arte ser separada do mundo
sensível, sendo ela uma produção eminentemente humana?
Para Santo Agostinho e São Tomas de
Aquino, assim como para Platão, o belo é identificado com o Bem.
Mas enquanto para Platão o Demiurgo cria o mundo a partir da ideia
do belo, para Agostinho e Aquino Deus é o próprio belo, e o mundo
emana dele, e tudo o que é belo não é senão os reflexos da
própria beleza de Deus.
Já para René Descartes, o critério
da beleza são as ideias claras e distintas, em especial da verdade.
Para Kant, a arte é um produto da
liberdade humana, independente de qualquer tipo de utilidade. O belo
é o que agrada o sujeito sem que esse agrado tenha relação com
qualquer conceito. Eis a diferença em relação aos outros
pensadores. Ela não emana de um ente supremo e perfeito, tampouco
reflete qualquer perfeição, necessariamente. Ela é algo que agrada
universalmente e independentemente da capacidade intelectual do
observador e de seus conhecimentos prévios. Basta que o sujeito
tenha recursos sensoriais e cognitivos para perceber o objeto, e a
ele dirija sua atenção.
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