Na quarta-feira (24/07), a cidade de Tapiraí registrou temperaturas de até 3º. Um frio que não se via por essas bandas fazia tempo.
Tapiraí é rota para o litoral e para o sul do país. Centenas de caminhões e ônibus descem a chamada "Estrada da Anta" todos os meses, com destino a Santa Catarina, Paraná e BR 116.
O frio desses últimos dias tem lembrado o clima de anos atrás, quando o frio era ainda mais intenso na cidade do que tem sido nos últimos anos.
Ver água congelada no cocho de água dos cavalos e vacas, nos pastos, não era cena rara. Mas ultimamente tem sido.
O motivo os cientistas já sabem, embora os mega conglomerados empresariais façam questão de não saber: as mudanças climáticas globais.
A cidade é uma das maiores reservas de Mata Atlântica do Brasil, mas a leniência do Poder Público local e Estadual está permitindo o avanço da silvicultura de forma desenfreada.
Onde há anos viam-se milhares de árvores nativas, hoje vemos milhares de pés de eucalipto australiano.
Outro problema que a cidade de Tapiraí jamais conseguiu conter é o corte ilegal de palmito Jussara, o mais apreciado da culinária nacional.
A caça representa outro problema, igualmente descontrolado mas menos visto, dada a cada vez maior escassez de animais silvestres.
O frio de Tapiraí é um grande atrativo turístico, que o poder público jamais conseguiu capitalizar em favor da geração de emprego e renda.
Nesse sentido, as ações da atual administração já são muito maiores do que das últimas, mas ainda falta muita ousadia no setor para conseguir gerar resultados de fato.
A Festa do Gengibre, por exemplo, foi considerada um sucesso. Como não fora realizada nos dois últimos anos, ela acabou perdendo bons e velhos visitantes na edição de 2013.
O comparativo, então, para dizê-la um sucesso não é dos melhores. Qualquer coisa é melhor do que nada, parece.
Teremos, em 2014, a oportunidade de mensurar de fato o quão bem aceita será a Festa do Gengibre para os turistas da região.
O número de visitantes, pelo porte e estrutura montada para o evento, foi pequeno, vejam-se eventos menores em Piedade, por exemplo, cujo número de turistas foi maior.
Fica a expectativa da população por anos melhores, e tão frios quanto esse.
André Canevalle Rezende
Publicado originalmente no Jornal Contexto Regional
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