Onda
de preconceito e racismo se desenvolve de forma inédita no país
pós-democratização
Após as
eleições de outubro deste ano, passado o segundo (e turbulento)
segundo turno, começaram a pipocar por todos os lados, tentativas de
diminuir a validade da vitória nas urnas da presidente Dilma
Rousseff (PT). No Congresso Nacional, estão nascendo dezenas de
pedidos de impeachment, visando impedir que ela assuma seu segundo
mandato.
Fato é
que Dilma disputou as eleições dentro do jogo democrático e, como
reza a democracia, quem tiver mais votos, leva. E ela levou, pela
segunda vez.
A
crescente onda de insatisfação contra a presidente é
compreensível. O modelo de governo do PT está desgastado, e o
brasileiro se esquece de forma muito rápida dos problemas pelos
quais o país já passou, e o que estava bom ontem ficou “meio
ruim” hoje, porque não melhorou no ritmo esperado e desejado pela
população.
Muitas
conquistas sociais já foram alcançadas, a qualidade de vida
aumentou em relação ao período pré-PT, e o país vive uma
situação de pleno emprego, com crescimento baixo (oscilando na
faixa de 0,5% ao ano), mas constante. O período de recessão
“técnica” (quando o país passa três meses consecutivos sem
“crescer”), passou, e o país voltou a respirar na área da
economia.
Preconceito
– Após as eleições, e mesmo durante, o que se viu foi uma onda
de preconceito jamais vista no país. Preconceito contra negros,
nordestinos e pobres. Soou o alarme da pretensa “união nacional”,
que ao que tudo indica, não está tão “una” assim. Verdadeiros
crimes raciais estão acontecendo por aí, em peso, principalmente
nas redes sociais.
Resta
saber como o país vai lidar com essa onda crescente de negação da
unidade nacional, da unidade da “nação” brasileira. É muito
legal cantar hino nacional na hora do jogo da seleção brasileira,
em que “todos pulsam num só coração, pra frente Brasil”. Mas
na hora de repartir o bolo (e o crescimento nacional), a coisa muda
de figura.
“Preto,
pobre e nordestino” passam a ser discriminados por uma pequena,
barulhenta e criminosa parcela de brasileiros que se acham melhores
do que outros brasileiros cotistas, que precisam de amparo
governamental e não podem viajar anualmente para a Europa. É claro
que, felizmente, essa parcela é a exceção. Mas está crescendo.
Criticar
é direito - A presidente Dilma Rousseff destacou a importância da
participação social na construção das políticas públicas. Ao
discursar na 2ª Conferência Nacional de Educação (Conae), a
presidenta defendeu o respeito ao direito de opinar, criticar e
reivindicar, que, segundo ela, caracterizam a democracia em uma
sociedade moderna e inclusiva.
“Sabemos
que a democracia representativa tem o Congresso e as Casas
Legislativas como espaço privilegiado e fundamental de deliberação",
afirmou Dilma, ao lembrar que tem de ser garantido à sociedade civil
organizada o direito de opinar, de falar, de criticar, dar sugestões,
contribuir com suas experiências e reivindicações. De acordo com a
presidente, a participação popular nas políticas públicas não é
uma dádiva do governo, mas uma conquista da sociedade brasileira que
deve ser respeitada.
Dilma
defendeu também a valorização dos professores, tanto no aspecto da
formação quanto na melhoria dos salários. “O desafio da
valorização do professor não pode estar baseado em frases
genéricas”, disse ela aos cerca de 4 mil profissionais de diversos
setores da área de educação que participam da Conae.
Violência
contra mulher - Uma em cada três mulheres é vítima de abusos
físicos em todo o mundo, indica uma série de estudos divulgados
pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre 100 milhões e 140
milhões de mulheres são vítimas de mutilação genital e cerca de
70 milhões se casam antes dos 18 anos, frequentemente contra a sua
vontade.
Os dados
indicam que 7% das mulheres correm o risco de sofrer violência em
algum momento das suas vidas. A violência, exacerbada durante
conflitos e crises humanitárias, tem consequências dramáticas para
a saúde física e mental das vítimas.
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