A natureza de Roberto Freire

Roberto João Pereira Freire (ou simplesmente Roberto Freire) é um sujeito interessante, no mínimo. Acabo de assistir à primeira manifestação do PPS em cadeia nacional de tevê. Eis que surge o Presidente Nacional do Partido Popular Socialista, outrora tido como esperança das esquerdas nacionais, a rugir contra o governo Lula, conclamando-nos para lutar contra o neoliberalismo. Nada estranho. É o que se espera de um partido de oposição e de esquerda, afinal.

O interessante dessa personalidade “freiriana” está no passado, contudo. No não distante ano de 2005 - quando ele e seu PPS, para fazer oposição e minar a candidatura Lula, se aliaram ao PSDB, do então candidato Geraldo Alckimin, e ao PFL, hoje DEM, resto da ditadura militar que rasteja procurando os próprios óculos, perdidos na inglória posição de oposição incompetente que assumiram - é que se esconde o mistério desse ser.

Do lado esquerdo, na oposição, estava o Psol, da também candidata Heloísa Helena, e outros tantos partidos minúsculos esquerdistas. Do lado direito, estavam o PFL, ultra-direitista, e o PSDB, cujo candidato à Presidência da República era e é ultra-conservador e ultra-direitista. Freire e seu PPS poderiam fazer oposição ao PT e a Lula do lado esquerdo, apoiando a candidata Heloisa Helena. Preferiram a direita: um partido de esquerda aliado à direita contra a esquerda e concorrendo contra a oposição esquerdista desta esquerda. Entendeu?

Dessa estranha personalidade “freiriana” sobressai uma característica: ser, sobretudo, um travesti. Não aqueles que perseguem o Ronaldo. Mas aqueles ao qual se referia Nelson Werneck Sodré: os indivíduos que se travestem de esquerda, mas levam água ao moinho da direita. Tal é a natureza exata da personalidade do Presidente do PPS. Lamentavelmente.

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