Culpada

Eles colocaram uma caixa sobre a mesa.
Trêmulas, chamas de velas amareladas tentavam vencer a noite escura.
Alguém abriu a caixa, e dali tirou o mundo.
A dor do parto não foi sentida, mas uma lágrima derramada umedeceu e esfriou o chão.
Então brotamos nós.
Os jogadores esqueceram a caixa, vazia.
Jogam cartas, enquanto o mundo rola no chão escuro.
Ninguém mais se lembra dele.
A criada traz mais vinho.
Enxuga o rosto lívido e molhado.
Se pergunta o que será dela, que destruiu o brinquedo do seu amo.

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