Enquanto a revista The Economist pede a demissão
de Guido Mantega do Ministério da Fazenda, e a mídia alardeia o
crescimento do PIB, chamando-o de “pibinho”, país vive grande
momento de empregabilidade.
A Presidente da República, Dilma Rousseff,
ingressou em 2013 com a popularidade mais alta que um presidente já
teve no Brasil pós-redemocratização: 78%. Um índice de dar injeta
até mesmo a seu guru político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. O alto nível de empregabilidade, a forte economia interna, o
sucesso nos programas sociais e a falta de uma oposição digna de
atenção, levaram Dilma a atingir esse patamar impensável.
Mas a presidente começa seu ano com alguns
desafios a superar. Conter a desaceleração da economia, pôr em
prática o pacote de melhorias na infraestrutura e logística, além
de ampliar o alcance dos programas sociais para tirar cerca de 6
milhões de brasileiros da extrema pobreza, são itens da agenda
presidencial que devem ser trabalhados com toda a atenção neste
ano. Afinal, em 2014 novas eleições agitarão o cenário político
nacional.
Emprego
Segundo informações do Governo Federal, em 2012,
o Brasil atingiu o menor índice de desemprego da história (1,7
milhão de postos de trabalho gerados até outubro) e cerca de 4
milhões desde o começo do governo Dilma. No bolo presidencial, são
ingredientes fundamentais o fortalecimento do emprego e do mercado
interno, que deverão ser mantidos como estratégia do governo para
continuar a enfrentar a crise econômica em 2013. Depois do
crescimento de 2,7% em 2011, a economia brasileira deve alcançar
apenas 1% em 2012 (as contas ainda não estão fechadas).
A redução do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados), foi uma das grandes apostas do setor econômico
fomentando a desoneração para o setor produtivo e para os
consumidores.
Infraestrutura
No segundo semestre de 2012, Dilma lançou um
pacote de concessões para o setor de logística, com um investimento
de R$ 133 bilhões em 15,7 mil quilômetros de rodovias e ferrovias.
No setor elétrico, ainda se aguarda o desfecho das discussões que
poderão diminuir a conta de energia da indústria e dos
consumidores. Ainda na infraestrutura, o governo federal prometeu a
modernização de portos e aeroportos.
Além do pacote de concessões, em 2012, segundo
números do governo, 38,5% das obras e ações de grande complexidade
da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2)
foram concluídas, com R$ 272,7 bilhões executados até agora. As
grandes dores de cabeça ficam por conta das obras dos estádios para
a Copa das Confederações e Copa do Mundo, apostas altas de Lula que
podem fazer o Brasil avançar muito em infraestrutura, ou jogar pelo
ralo a imagem de governo técnico e eficiente de Dilma. Muitos
estádios estão com obras atrasadas.
Combate à pobreza
Apesar de registrar bons números, ainda vivem na
miséria no Brasil 3,4% da população. Cerca de 6,5 milhões de
brasileiros não comeram nada hoje, e não terão absolutamente nada
para comer amanhã. Apesar disso, estudo do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), lançado no fim de dezembro, mostrou que
a criação do Programa Brasil Carinhoso, um braço do Brasil sem
Miséria voltado a crianças de até seis anos, alcançou bons
resultados na retirada de brasileiros da faixa de extrema pobreza,
principalmente nessa faixa etária.
Orçamento e Código Florestal
O orçamento para o ano de 2013, por incrível que
pareça, ainda não foi votado, e só será apreciado pelo Congresso
Nacional em fevereiro, provavelmente dia 05. Se o Brasil fosse um
país um pouquinho mais sério, essa seria uma vergonha histórica
para os congressistas. Mas será lembrada apenas como uma pedra no
sapato do Governo Federal para 2013.
E a grande derrota de Dilma foi o Código
Florestal, que dividiu a base aliada e foi aprovado conforme
interesses da bancada ruralista, contrariando a proposta defendida
pelo Executivo e flexibilizando a legislação ambiental brasileira.
Publicado originalmente na revista Outdoor Regional Ed. 37
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