Caros leitores, me atrevo a tentar definir alguns conceitos sobre autoria. Vejamos:
Autor medieval: baseado na noção de auctoritas, é a negação do autor presença. É onde os discursos giram no entorno do rótulo de autoridade. Não há expressão da subjetividade, mas representação (cópia) do afeto (algo externo).
Autor medieval: baseado na noção de auctoritas, é a negação do autor presença. É onde os discursos giram no entorno do rótulo de autoridade. Não há expressão da subjetividade, mas representação (cópia) do afeto (algo externo).
Autor presença: o autor é o sujeito
onisciente do discurso e causa absoluta dele. Ele sabe tudo o que vai
acontecer e provoca cada aspecto do discurso com base na sua total
ciência dos fatos. É a noção mais comum (senso comum) de autor e
expressa fortemente a noção de autor no romantismo.
Autor implicado: alter ego do autor
empírico, criado e recriado em uma imagem-ideia durante a leitura do
texto. Cada obra do mesmo autor aponta para um autor implicado
diferente, em consonância com a especificidade de cada obra.
Autor modelo: sujeito a quem o leitor
atribui a seleção de estruturas sintáticas, de itens lexicais e de
estratégias narrativas que servem de pistas para a interpretação
do texto.
Autor inferido: consiste na imagem que
o leitor infere do autor com base nos indícios autorais emitidos
pelo texto ou transferidos pelo próprio leitor a ele.
Autor textual: tem sua existência
ficcional dentro de um determinado texto, e é o enunciador do mesmo.
Autor empírico: o autor empírico é o sujeito que
possui existência biográfica e psicológica extratexto, ou seja,
uma existência que pode ser identificada fora do texto, sendo uma
existência biológica e jurídica. Em outras palavras, autor empírico é o
sujeito portador de uma identidade biográfica e psicológica fora
das dimensões puramente textuais. É o autor fundador da obra.
Defina falácia intencional.
A falácia intencional pode ser
definida como a tentativa de limitar o texto e seus sentidos
possíveis à prévia existência de uma vontade de sentido autoral.
Ou seja, seria tentar limitar todas as possíveis interpretações do
texto à única intenção de expressão do seu autor e da
identificação de seus sentimentos. Produz-se a falácia intencional
quando se busca analisar uma obra de arte pelo viés da intenção do
autor que a criou.
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