“Foi infeliz na vida e mais nada!”
Essas eram as palavras que ele
pediu para colocarem em sua lápide, depois que partisse.
Talvez ele fosse a pessoa mais
amargurada do universo. Ou não.
Só se sabe dele que nada tinha,
nem amigos, nem familiares, nem companheiros, nem casa, nem cachorro.
Meia dúzia de prostitutas se
lembraria de sua figura franzina. Mais ninguém.
Elas se lembrariam porque em seus
braços estigmatizados pela sociedade sofreu e chorou o mais solitário dos
homens.
E em cada soluçar, fazia nascer uma rosa no coração da mulher-da-vida que o abraçava.
E em cada soluçar, fazia nascer uma rosa no coração da mulher-da-vida que o abraçava.
Seu sofrimento cinza criou
jardins multicores nos corações alheios, solitários, que encontravam par
naquele coração amargurado.
E quando ele partiu, "suas" mulheres decidiram colocar em sua lápide: “Fez felizes na vida, e tudo o mais!”
E com esse epitáfio, descansou o
homem mais amargurado do mundo.
Comentários