Paraíso de papel


Sentou-se e escreveu, como se disso dependesse sua alma.


Descreveu paraísos, o velho canto das árvores e dos rochedos.

Falou de fadas e mitológicas deusas. Delírios e aventuras sem fim.

Deu-se por si, triste.

O febril encanto das letras costurando sonhos se esvaiu na pútrida realidade.

Hoje em dia, ninguém lê palavras, apenas vê imagens. Não imaginam, apenas reproduzem.

E foi assim que a descrição mais perfeita do paraíso foi para o cesto do lixo.


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